23/12/2008

Querem roubar-Te o Natal, Senhor

Querem roubar-Te o Natal, Senhor.
Querem ficar com a festa,
mas não querem convidar o festejado.

Querem a árvore de Natal, mas esquecem a sua origem;
querem dar e receber presentes,
mas esquecem os que os Magos Te levaram a Belém;
querem cantos de Natal,
mas esquecem os que os Anjos Te cantaram naquela noite abençoada.
Até a São Nicolau o disfarçaram de "pai Natal".

Querem as luzes e o feriado, o peru e as rabanadas;
Querem a Ceia de Natal
mas já não vão à Missa do Galo,
nem Te adoram feito Menino nas palhinhas do Presépio.

Quando se lembram estas coisas e o facto que lhes deu origem
diz-se que "o Natal é todos os dias",
mas não se dispensa esta quadra de consumo e folguedos.

No meio de toda esta confusão deseja-se a paz e a fraternidade,
mas esquecem que só Tu lhes podes dar.

E a culpa de tudo isto ser assim… é também minha
que alinho nesta maneira pouco cristã de celebrar o teu nascimento.

Se desta vez eu der mais a quem tem menos
e comprar menos para quem já tem quase tudo…
se em vez de me cansar a correr de loja em loja
guardar esse tempo para parar diante de Ti…

Se neste Natal fores mesmo Tu a razão da minha festa…
as luzes e os cantos, o peru e as rabanadas, os presentes e a até o Pai Natal
me falarão de Ti e desse gesto infinito do Teu Amor
de teres viindo ao meu encontro nessa noite santa do teu Natal.


Rui Corrêa d'Oliveira

Natal: tempo de lutar contra as desigualdades

D. Manuel Felício, bispo da Guarda, lembra que neste Natal “precisamos de continuar a combater a grave crise social em que estamos mergulhados. Cresce o número de pobres e excluídos, aparecem novas formas de pobreza que se manifestam em pessoas, grupos de pessoas e também em regiões desfavorecidas como a nossa. Os sintomas da grave crise que atravessamos são muitos”.
“O desemprego e o emprego precário, o analfabetismo, a marginalidade e a solidão são quatro novas formas de pobreza e apenas alguns dos sintomas da realidade social dos nossos meios que estão a pedir medidas eficazes para corrigir o processo de empobrecimento progressivo das nossas gentes”.
Pede o bispo da Guarda que o Natal “toque o coração de todos os responsáveis pela condução da nossa vida social, os que pertencem aos quadros da administração pública central e local e também os que representam a sociedade civil organizada em corpos intermédios”.
Missa do Galo - 24 de Dezembro - 23.00 h

13/12/2008

“Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.”


Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.

Foi este o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: «Quem és tu?» Ele confessou a verdade e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Messias».

Eles perguntaram-lhe: «Então, quem és tu? És Elias?» «Não sou», respondeu ele. «És o Profeta?». Ele respondeu: «Não». Disseram-lhe então: «Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?»

Ele declarou: «Eu sou a voz do que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías».

Entre os enviados havia fariseus que lhe perguntaram: «Então, porque baptizas, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?»

João respondeu-lhes: «Eu baptizo em água, mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias».

Tudo isto se passou em Betânia, além Jordão, onde João estava a baptizar

10/12/2008

O Hugo e o Celso foram ordenados diáconos


Foram ordenados Diáconos, no passado dia 8 de Dezembro, na Sé Catedral da Guarda, o Celso Marques, natural de Barco, concelho da Covilhã, que está em estágio pastoral, no arciprestado de Celorico da Beira e o Hugo Martins, natural de Celorico da Beira, que está a fazer o estágio pastoral em Loriga, concelho de Seia.


"Confio à oração de todos os fiéis da nossa Diocese estes dois candidatos aos graus do Sacramento da Ordem. Pedimos que eles venham a ser Sacerdotes segundo o Coração de Cristo. Pedimos, também, por todos aqueles que já somos sacerdotes, a exercer o Ministério nas diferentes comunidades e serviços da nossa Diocese, para que aproveitemos a oportunidade deste grande acontecimento da Diocesano e da Igreja como tal para renovarmos a nossa total entrega à causa de Cristo, Sumo e Único Sacerdote; rezamos ainda para que o Senhor desperte muitas e santas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias nas nossas comunidades. Tenhamos presentes também, na nossa oração, os Seminários Maior e Menor e ainda o Pré-Seminário para que sejam os instrumentos que Deus quer, na hora presente, para despertar, acompanhar e preparar bem para o exercício do Ministério Ordenado aqueles que Deus chama”. D. Manuel da Rocha Felício

03/12/2008

Horarios

II Domingo do Advento 7 Dez
15.30h

11/11/2008

Hoje é Dia de S. Martinho de Tours!!!

No dia 11 de Novembro de 2008, celebramos o dia São Martinho de Tours!!! Além da tradição popular das castanhas e jeropiga, que se celebra por todo o País, celebramos principalmente um grande Santo considerado um grande Evangelizador de França!!!

São Martinho de Tours era filho de um Tribuno e soldado do exército romano. Nasceu e cresceu na cidade de Sabaria, Panónia (atual Hungria), em 316, sob uma educação da religião dos seus antepassados, deuses mitológicos venerados no Império Romano, aos 10 anos de idade, entrou para o grupo dos catecúmenos (aqueles que estão se preparando para receber o batismo).

Aos 15 anos de idade, e contra a própria vontade, teve de ingressar no exército romano e dirigir-se para a Gália (região na atual França). Aos 18 anos abandonou o exército pois o cristianismo não comportava mais suas funções militares. Foi batizado por Hilário, bispo da cidade de Poitiers.

São Martinho de Tours
"Senhor, se o vosso povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a vossa vontade" dizia Martinho, Bispo de Tours, aos oitenta e um anos de idade.
Ele despertou para a fé quando ainda menino e depois, mesmo soldado da cavalaria do exercito romano, jamais abandonou os ensinamentos de Cristo. A sua vida foi uma verdadeira cruzada contra os pagãos e em favor do cristianismo. Quatro mil igrejas dedicadas a ele na França, e o seu nome dado a milhares de localidades, povoados e vilas; como em toda a Europa, nas Américas, enfim em todo os países do mundo.
Martinho nasceu na Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316 e pertencia a uma família pagã. Seu pai era comandante do exército romano. Por curiosidade começou a freqüentar uma Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porem sem receber o batismo. Ao atingir a adolescência, para tê-lo mais à sua volta, seu pai o alistou na cavalaria do exército imperial. Mas se o intuito do pai era afasta-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois Martinho, continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, hoje França.
Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite o próprio Jesus lhe apareceu em sonho, usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.
Com vinte e dois anos já estava batizado, provavelmente pelo Bispo de Amiens, afastado da vida da corte e do exercito. Tornou-se monge e discípulo do famoso Bispo de Pointiers, Santo Hilário que o ordenou diácono. Mais tarde, quando voltou do exílio em 360, doou a Martinho um terreno em Ligugé, a doze quilômetros de Pointiers. Alí ele fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens religiosos que buscavam sua orientação, que Martinho construiu o primeiro mosteiro da França e da Europa ocidental.
No ocidente, ao contrário do oriente, os monges podiam exercer o sacerdócio para que se tornassem apóstolos na evangelização. Martinho liderou então a conversão de muitos e muitos habitantes da região rural. Com seus monges ele visitava as aldeias pagãs, pregava o evangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas. Onde encontrava resistência fundava um mosteiro com os monges evangelizando pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se convertia. Dizem os escritos que, nesta época, havia recebido dons místicos, operando muitos prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava.
Quando ficou vaga a diocese de Tours, em 371 o povo o aclamou por unanimidade para ser o Bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Mas não abandonou sua peregrinação apostólica, visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos e exercer exemplarmente a caridade. Nas proximidades da cidade fundou outro mosteiro, chamado de Marmoutier. E sua influência não se limitou a Tours, mas se expandiu por toda a França, tornando-o querido e amado por todo o povo.
Martinho exerceu o bispado por vinte e cinco anos e, aos oitenta e um, estava na cidade de Candes, quando morreu no dia 08 de novembro de 397. A sua festa é comemorada no dia 11, data em que foi sepultado na cidade de Tours.

Venerado como Santo Martinho de Tours ele se tornou o primeiro Santo não mártir a receber culto oficial da Igreja e se tornou um dos Santos mais populares da Europa medieval.
São Martinho tornou-se Bispo da cidade francesa de Tours em 371 por aclamação popular, pois pessoalmente preferiria ter recusado o cargo.

Discorrendo sobre ele, disse o Papa Bento XVI: O gesto caritativo de São Martim se insere na lógica que levou a Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas, mas sobretudo a dar-se a si mesmo como alimento para a humandade na Eucaristia. (...) Com esta lógica de compartilhar se expressa de modo autêntico o amor ao próximo. (Alocução do Ângelus, de 11 de novembro de 2007).

09/11/2008

Os seminários asseguram a vitalidade da Igreja e a fecundidade da sua missão

Todos os anos, a celebração da Semana dos Seminários Diocesanos convida e interpela todos os cristãos e comunidades cristãs à reflexão, à oração, à solicitude e ao interesse pelos Seminários.
Tomar consciência do Seminário e da sua missão, significa tomar consciência de uma realidade diante da qual ninguém pode ficar alheio ou indiferente.

Indispensável e de capital importância no seio de cada Igreja Diocesana, o Seminário, espaço e tempo da formação dos pastores de que precisa o Povo de Deus, exige e merece, da parte de todos, uma atenção e uma solicitude que esteja para além da consciência vaga da sua existência.

Tomar consciência da existência dos Seminários é, num primeiro momento, reconhecer o dom e a acção de Deus que assegura a vitalidade da Igreja e a fecundidade da sua missão. Contrariamente ao que tantas vezes nos querem fazer acreditar, quando tão insistentemente nos falam de números e de crise, os Seminários existem e neles continuam a formar-se todos quantos vão sendo chamados por Deus.

A nossa oração pelos Seminários ao longo desta semana é, portanto, uma oração confiante, alegre e de acção de graças pelos futuros ministros que Deus concede à Sua Igreja. Nesta mesma atitude de confiança, a nossa oração é também uma oração de súplica. Também Jesus, ao mesmo tempo que formava os seus Apóstolos, pedia para que se rogasse ao Pai para que enviasse trabalhadores para a sua messe. A Igreja terá que pedir sempre a Deus os servidores de que necessita porque não os pode dar a si mesma. O ministério sacerdotal é uma graça e um dom que se pede a Deus.

As razões que justificam a celebração de uma Semana de Oração pelos Seminários Diocesanos são importantes e de grande pertinência:
  • recordar que a Igreja vive da graça de Deus e d'Ele recebe as vocações de que necessita;
  • despertar em todos os cristãos uma maior fidelidade à missão que lhes está confiada;
  • suscitar em todos o desejo de expressar e aprofundar uma fé cada vez mais viva e actuante.

03/11/2008

"Alegrai-vos e exultai, pois é grande a vossa recompensa"

Celebramos, com solenidade e alegria, aqueles que já gozam no Céu a grande recompensa de Deus. Estes já sabem, por experiência própria, como são verdadeiras as palavras de Jesus. Eles constituem a multidão incontável dos santos – aqueles que já se encontram na presença de Deus, contemplando continuamente a sua face e usufruindo eternamente do seu amor.
O autor do Apocalipse garante-nos que são muitos (uma multidão imensa) os que se encontram diante do trono de Deus e do Cordeiro (Cristo) e que são provenientes de todos os povos da terra. Deste modo, o autor sagrado diz-nos que, afinal, são muitos os que se salvam e que a salvação está ao alcance de todos os homens, independentemente do povo a que pertencem.
Na verdade, Deus criou o Céu para os homens e não quer que ele fique às moscas! Precisamente por isso – para que o Céu não fique vazio, após o pecado do homem, Deus envia o seu Filho ao mundo para abrir e mostrar o caminho que conduz até ao coração de Deus.
O caminho da santidade, o caminho da salvação, o caminho do Céu é o amor.
No domingo passado, Jesus disse-nos que o mandamento do amor – amor a Deus e amor ao próximo – é o resumo de toda a revelação de Deus, a síntese perfeita do seu Evangelho, a essência de toda a vida cristã.
Santo é aquele que, no quotidiano do seu existir, ama a Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua mente, e ama o próximo como a si mesmo.
Vivendo o amor, na radicalidade do seu ser e da sua vida, das suas capacidades e energias, o cristão colabora com Cristo na construção do Reino de Deus no mundo dos homens.

Hoje, através das bem-aventuranças, Jesus apresenta, de um modo novo e mais concreto, o mandamento do amor, ou seja, o programa de vida cristã:
  • as atitudes e os compromissos que os cristãos devem assumir,

  • os valores que devem cultivar e defender,

  • o tipo de relações que devem estabelecer
  • e o que devem fazer para ajudar a construir na terra o reino dos Céus e para, depois, o receberem como prémio e herança eterna.

As bem-aventuranças pressupõem, antes de mais, a fé em Deus. Pobre em espírito é aquele:

  • que tem consciência de que depende de Deus e precisa de Deus para viver com sentido e ser verdadeiramente feliz;
  • que confia plenamente nele e lhe consagra totalmente a sua vida (a sua mente, o seu coração e a sua vontade).
  • Depois, tem consciência e aceita a realidade do que é: é quase um ser divino, mas não pode ocupar o lugar de Deus nem sobrepor-se ou impor-se aos homens como se fosse Deus (é humilde).

Aquele que acredita no verdadeiro Deus (o pobre em espírito) e se aceita na verdade do que é (o humilde de coração):

torna-se compassivo e misericordioso, compreensivo e tolerante;
é sincero e transparente, recto nas suas intenções e puro nos seus sentimentos;
é justo e solidário, é manso e pacífico.

Agindo assim, o cristão imita Jesus e dá testemunho dele, estando mesmo disposto a sofrer, a ser caluniado e perseguido pelo seu nome.
O caminho do amor é exigente e difícil.
O amor é aquela porta estreita pela qual o homem deve passar para alcançar a salvação. É estreita e difícil, porque, por um lado, exige que superemos o nosso egoísmo e, por outro, que suportemos com mansidão a agressividade do egoísmo dos outros.

O homem não é Deus.
O homem torna-se numa ameaça para si e para a huma-nidade sempre que se julga e actua como se fosse um deus. No entanto, o homem pode e deve imitar Deus na sua santidade e na sua perfeição. Esta é, na verdade, a vocação do homem!
O apóstolo Paulo, por meio da Carta aos Efésios, dirige-nos este convite: “Sede imitadores de Deus, como filhos bem amados” (Ef 5, 1). Por sua vez, Jesus exorta-nos: “sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste”(Mt 5, 48). O próprio Deus nos pede: “sede santos, porque Eu, o vosso Deus sou santo”.
Deus não brinca connosco, exigindo-nos o impossível.
Deus só nos pede aquilo para o qual nos capacita.
Consequentemente, está ao nosso alcance e é nosso dever ser santos como Deus é santo!
Com efeito, Deus criou-nos à sua imagem e semelhança; tornou-nos participantes da sua vida divina; em Jesus, fez de nós seus filhos. Na verdade pela fé em Cristo e pelo baptismo, nós nascemos como filhos de Deus. Mais, o homem pelas capacidades que tem, pelas descobertas que faz, pelas obras que realiza mostra que é muito parecido com Deus, confirma que Deus fez dele quase um ser divino.
Por conseguinte, o homem imita Deus, tende para a sua perfeição e é santo, vivendo em confor-midade com o que é (semelhante a Deus) e com o que realmente pode ser. Sendo imagem e filho de Deus, o homem pode imitar Deus Pai!

“Alegrai-vos, porque é grande no Céu a vossa recompensa”.
Imitar Deus e viver eternamente com Deus!
Ser santo e habitar eternamente no coração de Deus!
Ser perfeito e viver em plena comunhão com Deus!
Trata-se de algo extraordinário e, ao mesmo tempo, de uma grande responsabilidade!
Maravilho-me e, ao mesmo tempo, arrepio-me, ao pensar que um dia verei a Deus tal como Ele é, face a face! Sinto-me atraído pelas alturas e sonho com a vida eterna. Sei e acredito que Deus tem preparada uma morada eterna para mim. E não quero – Deus não o permita - que, por minha culpa, ela fique para sempre vazia. Muitas vezes, entretenho-me e divirto-me a imaginar – verdadeiras loucuras da fé – como será o meu “dia a dia” no Céu e como Deus nos surpreenderá em “cada momento” da eternidade!
Mas, ao mesmo tempo, sou consciente de que o pecado tem ainda muito poder em mim. Pelo mau que sou e pelo mal que faço, chego a sentir vergonha de mim mesmo, mas sem jamais deses-perar da salvação de Deus.
Certo de que o amor de Deus é mais forte do que o meu pecado e que tudo posso com a sua graça, percorro o caminho da vida, confiante de que “um dia verei o meu Deus, os meus olhos O hão-de contemplar”.

27/10/2008

O Celso Marques foi ontem instituido ACÓLITO




"O serviço dos acólitos centra-se de maneira particular na Eucaristia que aquele que é instituído neste ministério passa a distribuir a todos, particularmente àqueles que não podem abeirar-se dela como os doentes".
A instituição de acólito tem na Eucaristia "a sua razão de ser, é por isso que se recomenda àquele que é instituido que cresça no amor à Eucaristia, de tal modo que a sua vida seja uma vida eucarística e se pareça com Cristo".

"Deus está a mandar-nos sinais de que essa oração está a ser fecunda e esses sinais devem motivar-nos ainda mais para continuarmos a rezar ao Senhor da messe e a pedir aos vossos párocos que instituam tempos de adoração eucarística".

22/10/2008

Evangelizar é anunciar o amor

Convencidos como estamos de que “a missão evangelizadora da Igreja é essencialmente o anúncio do amor, da misericórdia e do perdão de Deus”, como recorda, e muito bem, o Santo Padre na sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões, que se celebrou no dia 20, urge assumir uma postura optimista na hora de partilharmos a nossa experiência de fé com quem ainda não descobriu Jesus Cristo e o seu Evangelho.

Afinal, os cristão são, há muito, o maior número entre as diversas religiões do mundo, com os seus mais de dois mil milhões de fiéis, num universo que já ultrapassa os seis mil milhões de habitantes. Cristãos, isto é, católicos, protestantes, ortodoxos e anglicanos, entre outros, são todos os que professam Jesus Cristo e O aceitam como Senhor e Redentor da humanidade.

É certo que a muitos níveis passamos a vida a menosprezar a acção dos cristãos, face à messe por desbravar, com lamúrias que não conduzem a nada, mas a verdade é que, se olharmos bem, a mensagem de salvação está presente nos mais variados cantos da Terra, espalhada por gente generosa que se entrega à missão com o exemplo de vida e com o fervor de quem acredita num mundo melhor, marcado pelos valores que dimanam do Evangelho.

Mas se é correcto valorizarmos tudo quanto tem sido feito pelos cristãos de várias correntes, também não podemos quedar-nos à sombra do trabalho por eles desenvolvido, como se tivéssemos o direito de nos alhear das nossas responsabilidades baptismais, que nos devem obrigar a estar com todos os que deixam tudo para servir a Boa Nova da Salvação anunciada há dois mil anos.

Cresce o número dos que ignoram Cristo

Diz o Papa que “o número daqueles que ignoram Cristo e não fazem parte da Igreja está em contínuo aumento; mais ainda: quase duplicou, desde o final do Concílio. A favor desta imensa humanidade, amada pelo Pai a ponto de lhe enviar o seu Filho, é evidente a urgência da missão”. De facto, apenas um terço da humanidade aceita Cristo, pelo que a tarefa evangelizadora tem ainda um longo caminho para percorrer, pelo nosso testemunho de vida, pela palavra, pela oração e pela partilha generosa.

Um dado curioso e que nos deve interpelar está no facto de o islamismo continuar a crescer, mesmo no ocidente, tendo no mundo já ultrapassado o próprio catolicismo. A isso não será alheio o seu fervor religioso e a vivência diária daquilo em que acredita, em perfeito contraste com a crescente indiferença dos cristãos. Por exemplo, na Diocese de Aveiro, com 310 mil habitantes, apenas participam nas eucaristias dominicais cerca de 80 mil. Os outros 230 mil ficam-se pelo grupo dos chamados “católicos não praticantes” ou de vivência cultual esporádica.

Quando falamos de missão no seio da Igreja, logo associamos a ideia da divulgação do Evangelho em África e na Ásia, sobretudo, quando, afinal, há tanto que fazer entre nós. E o trabalho a fazer tem de passar, antes do mais, pelo testemunho de fé no dia-a-dia, quer na defesa dos valores do cristianismo, quer mesmo nas opções políticas, sociais, artísticas e culturais.

Os cristãos têm de exorcizar o indiferentismo e o individualismo que campeiam nas comunidades religiosas, ao mesmo tempo que devem valorizar projectos de evangelização que apostem na defesa dos valores que têm suportado a nossa civilização.

Refere o Santo Padre que “nunca nos devemos envergonhar do Evangelho e nunca devemos ter medo de nos proclamarmos cristãos, silenciando a própria fé. Ao contrário, é necessário continuar a falar, alargar os espaços do anúncio da salvação, porque Jesus prometeu permanecer sempre e de qualquer forma presente entre os seus discípulos”.

17/10/2008

Inventariação do património religioso

Nesta semana, a Drª Joana passou pelo Maçal do Chão para fazer o inventário de todo o património religioso. É bom sabermos, com mais pormenor, o que temos, porque nem sempre estamos consciente da riqueza, da qualidade e da importância do nosso património religioso.
O levantamento de todas as peças de valor artistico das diversas paróquias da Diocese exige um enorme esforço, mas mais tarde poderemos reconhecer que não foi em vão. Se as peças estiverem fotografadas, datadas e inventariadas correctamente, em caso de roubo, a sua recuperação terá mais possibilidades de êxito.

06/10/2008

A preocupação de Deus não é a de ser considerado “um Deus fixe”, “um Deus porreiro”, “um Deus cá dos nossos”. O nosso Deus não é um deus bonacheirão..

Inspirando-se no Cântico da Vinha de Isaías, Jesus, através da parábola dos vinhateiros homicidas, apresenta uma síntese da história de Israel.
Por um lado, Jesus evidencia o amor de Deus – um Deus que tudo faz em favor do seu povo. Por outro, Jesus refere, em tom de censura, a infidelidade e a ingratidão do povo em relação a Deus.

Deus, apesar da resistência do povo, sobretudo dos seus chefes, não desiste de levar por diante o seu projecto de salvação – projecto que tem em vista a salvação de todos os povos da terra. Deus não desiste, porque ama apaixonadamente os homens e quer efectivamente salvá-los.

Em Abraão, Deus escolhe um povo – o povo eleito, o povo das promessas e das alianças, o povo dos patriarcas e dos profetas, o povo do qual nasceu Jesus.
Deus escolhe um povo para, através dele, se dar a conhecer e unir a si todos os outros povos.

Em Moisés, Deus liberta esse povo da terra da escravidão (o Egipto) para o conduzir à pátria da liberdade, deixando bem claro que Ele é um Deus de homens livres. Homem verdadeiramente livre é só aquele que não sente desejo nem cai na tentação de escravizar seja quem for. Por sua vez, povo livre é aquele que respeita e promove a liberdade dos outros povos.

Através dos profetas, Deus fala ao povo, revela-lhe os seus desígnios, denuncia as suas infidelidades, recorda-lhe os seus compromissos, convida-o à conversão, aponta-lhe o caminho da rectidão e da justiça.

  • O amor de Deus, por ser autêntico, é um amor exigente. Deus não fecha os olhos nem deixa passar, não cala nem pactua com a maldade do homem. Deus não teme cair nas sondagens de popularidade!
    • A preocupação de Deus não é a de ser considerado “um Deus fixe”, “um Deus porreiro”, “um Deus cá dos nossos”.
    • Deus, porque ama de verdade os homens, propõe-lhes o caminho da verdade e do bem, o caminho do direito e da justiça, o caminho do arrependimento e da conversão. Só este dignifica o homem e garante a sua realização plena.

Os homens nem sempre, ou melhor, quase nunca reagem bem a estas propostas de Deus. Preferem um Deus bonacheirão, que engole tudo, que não levanta ondas, que se adapta aos gostos e às exigências dos homens.
Com muita dificuldade, os homens captam e entendem o amor de Deus nas exigências e propostas de vida que lhes faz. Aceitam mais facilmente, porque fere e incomoda menos, a mentira da palavra dos homens (dos falsos profetas) do que a verdade da palavra de Deus.
Assim, compreendemos a reacção, tão negativa como violenta, do povo de Israel em relação aos profetas. Eles desacreditam, perseguem e eliminam os profetas, para que Deus não faça mais sentir a sua voz e, por conseguinte, não os perturbe nem os incomode com a sua palavra. O que eles, na realidade, pretendem é fazer calar Deus, não lhe reconhecendo direito nem autoridade para se intrometer nas suas vidas.

  • Muitos homens, mesmo entre aqueles que se dizem crentes, não toleram que Deus saia dos templos para se meter e intervir nas suas vidas e na vida da sociedade.
  • Por sua vez, o verdadeiro Deus não tolera estar aprisionado nos santuários, ainda que estes sejam magníficos e esplêndidos.
  • Pelo contrário, Deus prefere estar e agir lá onde se desenrola a vida do homem, no coração do mundo e da história.

Este propósito leva Deus a enviar o seu Filho ao mundo. Jesus é “o argumento” mais poderoso de Deus para esclarecer e convencer os homens. É também o seu argumento definitivo.
Deus pensou consigo: vão respeitar o meu Filho, vão dar crédito à sua palavra, vão converter-se a mim. Mas Deus enganou-se!

  • Na verdade, Jesus não foi suficientemente convincente para muitos judeus, sobretudo para os responsáveis do povo. Estes não reconheceram Jesus como o enviado de Deus, muito menos como o Filho de Deus. Menos ainda aderiram ao reino de Deus que Ele lhes propunha.
  • Jesus não foi convincente, ou melhor, eles não se deixaram convencer porque estavam demasiado presos (e assim lhes convinha) à imagem que tinham de Deus: o deus…
  • que se conforma com a sua visão do homem e da sociedade,
  • que tolera e aprova os seus privilégios,
  • à medida da sua mediocridade moral,
  • das suas tradições religiosas.
  • Por conseguinte, não podiam (não lhes interessava) aceitar que Deus fosse como Jesus O revelava.

Por isso mesmo, tal como os seus antepassados procederam com os profetas, eles rejeitaram Jesus e deram-lhe a morte.
Rejeitaram Jesus, mas não puderam impedir que Ele salvasse a humanidade. Com efeito, Aquele Jesus, que eles condenaram à morte, oferecendo a sua vida ao Pai pelos pecados dos homens, tornou-se causa de salvação para quantos nele acreditam, independentemente do povo ou da raça a que pertencem.
Alguns homens podem:

  • recusar a verdade de Deus mas não podem impedir que outros O conheçam com verdade;
  • teimosamente permanecer na dureza do seu coração, mas não podem impedir que outros se convertam a Ele de todo o coração;
  • recusar as normas morais evangélicas, mas não podem impedir que outros vivam de acordo com elas;
  • ser insensíveis ao amor de Deus, mas não podem impedir que outros se maravilhem com ele.

E Deus, que é optimista por natureza, não desanima nem desiste perante a infidelidade e a ingratidão dos homens e dos povos. Antes, continua a ser compreensivo e generoso para com todos os que O procuram.
Ainda bem que o nosso Deus é mesmo assim!

04/10/2008

Santa Teresinha: "Tudo vem no momento certo".

Esta Santa, pequena e humilde, entrou no Convento quando era ainda muito jovem e morreu quando só tinha 24 anos. O único desejo dela era fazer a vontade de Deus e ela pediu para que depois da sua morte pudessem cair chuvas de rosas no mundo. Ela tinha um desejo: «passar o céu a fazer o bem sobre a terra».

Sinto que a minha missão vai começar, a minha missão de fazer amar o Bom Deus como eu O amo, de dar o meu pequeno caminho às almas… Sim, quero passar o meu céu a fazer o bem sobre a terra.

Deus quer por meio desta santa que tantos «mimos» Lhe deu, derramar graças sem fim, derramar-Se a Si mesmo, sobre quem se aproximar, confiante.
  • Jesus, sinto que se, por impossível, encontrasses uma alma mais fraca, mais pequenina do que a minha, ficarias feliz por cumulá-la de graças ainda maiores, se ela se abandonasse com uma inteira confiança à tua misericórdia!
  • A lembrança das minhas faltas humilha-me, sim, mas, antes de tudo, fala-me de misericórdia e de amor.
  • O que agrada ao Bom Deus na minha pequena alma é ver-me amar a minha pequenez e a minha pobreza, é a esperança cega que tenho na sua misericórdia…
  • Tenho que suportar-me a mim mesma como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero encontrar o modo de ir para o Céu por um caminho muito recto e muito curto, um caminho todo novo...
Descobrir Santa Teresinha é ter uma vida forte de fé, de amizade íntima com Jesus, partindo da própria realidade pessoal, sem nada omitir ou evitar de nós mesmos, nem da nossa história, por mais «inconfessável» ou «irremediável» que pareça; e deixar-se transformar, como ela, pelo fogo do Amor Misericordioso de Jesus e entrar na dinâmica da confiança dos pequeninos e do abandono dos filhos.
  • Nunca tentei ser perfeita… Sou incapaz de sê-lo, sou demasiado pequena… Apenas quero ser santa… A santidade é gratuita, não pertence às nossas forças… Basta deixar que Deus actue…
  • Jesus não pede grandes acções, mas apenas abandono e gratidão.
  • A santidade… é uma disposição do coração que nos torna humildes e pequenos nos braços de Deus, conscientes da nossa fraqueza e confiantes até à audácia na sua bondade de Pai.
Amor gratuito
Caridade fraterna

30/09/2008

"Os publicanos e as mulheres de má vida irão antes para o Reino de Deus".

Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo devem ter ficado escandalizados e irritados quando escutaram estas palavras de Jesus.
Eles consideravam “os publicanos e as mulheres de má vida” como pecadores públicos e excluídos da promessa da salvação de Deus.
Ora, Jesus, contradizendo aquelas convicções religiosas, mostra que vem para salvar todos os homens. Mais, Ele faz questão de sublinhar que a sua missão passa por ir ao encontro daqueles que se encontram mais longe de Deus e mais des-prezados pelos homens. Ele vem para procurar a ovelha per-dida e faz ver que os que estão doentes é que precisam do mé-dico. Deste modo, justifica a prioridade que dá aos pecadores.
Depois, Jesus verifica – e faz questão de o sublinhar – que muitos daqueles pecadores são mais receptivos à sua pessoa do que os chefes do povo, os fariseus e os escribas.
  • Enquanto estes não reconhecem Jesus nem aceitam o reino de Deus que Ele anuncia, aqueles (os pecadores) deixam-se tocar e transformar radicalmente pela palavra e pelo amor de Deus que Jesus proclama e testemunha.
  • Por conseguinte, tendo-se convertido a Deus e renun-ciado à sua vida de pecado, eles chegam primeiro ao reino de Deus.

Jesus confirma o que Deus já ensinara através do profeta Ezequiel: o pecador, por mais grave e continuado que seja o seu pecado, não está necessária e definitivamente condenado. Desde que queira, isto é, desde que esteja disposto a mudar de vida, o homem pecador pode sempre beneficiar do amor misericordioso de Deus.

“Os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o reino de Deus”. Estes pecadores correspondem ao filho da parábola que disse não ao pai, mas depois foi trabalhar para a sua vinha.
Durante mais ou menos tempo, eles disseram não a Deus: não à sua verdade, ao seu amor, às suas normas morais, à sua proposta de vida. Porém, depois de se encontrarem com Jesus e acreditarem nele, passam a dizer sim a Deus. Este sim a Deus, que é o sim da fé, concretiza-se, antes de mais, na adesão pessoal ao próprio Deus. Depois, na aceitação dos seus desígnios, no fazer a sua vontade, no trabalhar no seu reino.
O sim (a conversão) que salva o homem, não é um sim superficial e momentâneo, mas um sim que compromete o homem no seu todo e para o resto da sua vida; não é um sim que sai apenas da boca, mas um sim que se diz com o coração e com a vida.
Deus não se deixa iludir com palavras.
Ele sabe como são enganadoras as palavras dos homens. Deus só se impressiona com a coerência de vida. Por isso mesmo, Jesus diz-nos: “nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus”.

Para entrar no reino dos Céus, não basta pronunciar ou invocar muitas vezes o nome de Deus, dizer ou fazer muitas orações, participar frequentemente na Eucaristia dominical, cumprir religiosamente as leis da Igreja. Tudo isso é importante, mas não é quanto baste.
É absolutamente necessário:

  • acolher Deus na nossa vida e converter continuamente a Ele a nossa mente, o nosso oração e a nossas vontade;
  • deixar que seja Deus, com a sua verdade e o seu amor, a orientar e a dinamizar a nossa vida e o nosso agir no seio da sociedade;
  • trabalhar, com empenho e perseverança, pondo a render os dons recebidos de Deus, na construção de um mundo melhor.

  • Tu, que hoje estás aqui, és dos que dizes sim a Deus apenas com a boca ou o teu coração está em sintonia com as tuas palavras? Estás disposto a submeteres-te ao detector de mentiras?!
  • Tu, que és pecador, queres realmente aproveitar, no hoje da tua vida, a graça de Deus, do Deus que ter quer perdoar e salvar? Ou és daqueles que preferem, por desleixo e comodis-mo, deixar tudo para a última hora?
  • Tu, que te dizes cristão, que trabalho realizas na vinha do Senhor? Tens consciência do teu lugar e missão na Igreja? O que fazes pelo crescimento do reino de Deus? Sentes que és uma mais valia para a tua comunidade cristã ou limitas-te a ser um baptizado que só serve para as estatísticas?

Retém, se possível, algumas destas perguntas e deixa-te interpelar por elas.

29/09/2008

Borrego promovido em Feira e roteiro gastronómico

A Feira, roteiro gastronómico, prova de todo-o-terreno, apresentação de confraria e animação fazem o programa da segunda edição do festival dedicado ao borrego, promovido pela autarquia de Celorico da Beira de 28 de Setembro a 5 de Outubro.

No dia 28 de Setembro há Feira do Borrego na Carrapichana e até 5 de Outubro decorrerá um roteiro gastronómico nos restaurantes aderentes.

O evento realizou-se pela primeira vez em 2007, numa organização do Município de Celorico da Beira, que diz ter “alcançado um grande sucesso em todas as linhas”. Para além da Feira e do roteiro, este ano haverá também uma prova de Todo-o-Terreno e a apresentação pública da recém-criada Confraria do Borrego.

É a “região por excelência de criação de borrego”, onde é apascentado “o maior número de ovelhas de raça Bordaleira e Churra Mondegueira (cerca de 30.000)”, e que fazem de Celorico da Beira “a capital do Queijo Serra da Estrela”.

O Objectivo é “dar uma maior visibilidade aos tão apreciados sabores característicos desta região e do Concelho, onde para além do Queijo impera também o borrego Serra da Estrela”.

Fonte: Jornal Nova Guarda

14/09/2008

Redescobrir a Cruz gloriosa

Actualmente a cruz já não se apresenta aos fiéis em seu aspecto de sofrimento, de dura necessidade da vida ou inclusive como um caminho para seguir a Cristo, mas em seu aspecto glorioso, como motivo de honra, não de pranto.

Antes de tudo, digamos algo sobre a origem desta festa. Ela recorda dois acontecimentos distantes no tempo. O primeiro é a inauguração, por parte do imperador Constantino, de duas basílicas, uma no Gólgota, outra no sepulcro de Cristo, no ano 325. O outro acontecimento, no século VII, é a vitória cristã contra os persas, que levou à recuperação das relíquias da cruz e sua devolução triunfal a Jerusalém. Contudo, com o passar do tempo, a festa adquiriu um significado autônomo. Converteu-se em uma celebração gloriosa do mistério da cruz, que, sendo instrumento de ignomínia e de suplício, Cristo transformou em instrumento de salvação.

As leituras reflectem esta perspectiva. A segunda leitura volta a propor o célebre hino da Carta aos Filipenses, onde se contempla a cruz como o motivo da maior «exaltação» de Cristo: «aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor». Também o Evangelho fala da cruz como do momento no qual «o Filho do homem foi levantado para que todo o que creia tenha por Ele vida eterna».

Houve, na história, dois modos fundamentais de representar a cruz e o crucifixo. Os chamamos, por comodidade, de o modo antigo e o moderno. O modo antigo, que se pode admirar nos mosaicos das antigas basílicas e nos crucifixos da arte romântica, é glorioso, festivo, cheio de majestade. A cruz, frequentemente sozinha, sem crucifixo, aparece projectada num céu estrelado, e sob ela a inscrição: «Salvação do mundo, salus mundi», como em um célebre mosaico de Ravena.

Nos crucifixos de madeira da arte românica, este tipo de representação se expressa no Cristo que reina com vestes reais e sacerdotais a partir da cruz, com os olhos abertos, o olhar para a frente, sem sombra de sofrimento, mas radiante de majestade e vitória, já não coroado de espinhos, mas de pedras preciosas. É a tradução do versículo do salmo: «Deus reinou do madeiro» (regnavit a ligno Deus). Jesus falava de sua cruz nestes mesmos termos: como o momento de sua «exaltação»: «E quando eu for levantado da terra, atrairei todos para mim» (Jo 12, 32).



A forma moderna começa com a arte gótica e se acentua cada vez mais, até converter-se no modo ordinário de representar o crucifixo. Um exemplo é a crucifixão de Matthias Grunewald no altar de Isenheim. As mãos de os pés se retorcem como arbustos ao redor dos cravos, a cabeça agoniza sob um feixe de espinhos, o corpo coberto de chagas. Igualmente, os crucifixos de Velázquez e de Dali e de muitos outros pertencem a este tipo.

Os dois modos evidenciam um aspecto verdadeiro do mistério. A forma moderna-dramática, realista, pungente – representa a cruz vista, por assim dizer, por diante, «de cara», em sua crua realidade, no momento em que se morre nela. A cruz como símbolo do mal, do sofrimento do mundo e da tremenda realidade da morte. A cruz se representa aqui «em suas causas», isto é, naquilo que, habitualmente, a ocasiona: o ódio, a maldade, a injustiça, o pecado.

O mundo antigo evidenciava não as causas, mas os efeitos da cruz; não aquilo que produz a cruz, mas o que é produzido pela cruz: reconciliação, paz, glória, segurança, vida eterna. A cruz que Paulo define como «glória» ou «honra» do crente. A festividade de 14 de setembro chama-se «exaltação» da cruz porque celebra precisamente este aspecto «exaltante» da cruz.

Deve-se unir à forma moderna de considerar a cruz, a antiga: redescobrir a cruz gloriosa. Se no momento em que se experimentava a provação, podia ser útil pensar em Jesus cravado na cruz entre dores e espasmos, porque isto fazia que o sentíssemos próximo a nossa dor, agora há que pensar na cruz de outro modo. Explico com um exemplo. Perdemos recentemente uma pessoa querida, talvez depois de meses de grande sofrimento. Pois bem: não há que continuar pensando nela como estava em seu leito, em tal circunstância, em tal outra, a que ponto se havia reduzido no final, o que fazia, o que dizia, talvez torturando a mente e o coração, alimentando inúteis sentimentos de culpa. Tudo isto terminou, já não existe, é irreal; atuando assim não fazemos mais que prolongar o sofrimento e conservá-la artificialmente com vida.

Há mães (não digo para julgá-las, mas para ajudá-las) que depois de terem acompanhado durante anos um filho em seu calvário, quando o Senhor o chama para Si, rechaçam viver de outra forma. Em casa, tudo deve permanecer como estava no momento da morte do filho; tudo deve falar dele; visitas contínuas ao cemitério. Se há outras crianças na família, devem adaptar-se a viver também neste clima permeado de morte, com grave dano psicológico. Estas pessoas são as que mais necessitam descobrir o sentido da festa de 14 de setembro: a exaltação da cruz. Já não és tu que leva a cruz, mas a cruz que te leva; a cruz que não te arrebata, mas que te ergue.

Há que pensar na pessoa querida como é agora que "tudo terminou". Assim faziam com Jesus os artistas antigos. Contemplavam-no como é agora, como está: ressuscitado, glorioso, feliz, sereno, sentado no trono de Deus, com o Pai que "enxugou toda lágrima de seus olhos" e lhe deu "todo poder nos céus e na terra". Já não entre os espasmos da agonia e da morte. Não digo que se possa sempre dominar o próprio coração e impedir que sangue com a recordação do sucedido, mas há que procurar que impere a consideração de fé. Senão, para que serve a fé?

Traduzido por Zenit

14/08/2008

Padre Gilberto nomado pároco de 5 paróquias

Com data de 1 de Agosto, D. Manuel Felício, Bispo da Guarda publicou as nomeações diocesanas para o Ano Pastoral de 2008-2009.

"Como nos diz a nossa fé, o Bispo é enviado por Cristo, único Pastor da sua Igreja e em nome d'Ele, para cuidar de uma porção de todo o Povo de Deus chamada Diocese. Por isso, ele tem a obrigação de governar, com solicitude pastoral, a diocese que lhe foi confiada, atendendo não só ás necessidades concretas e ás preferências de cada Paróquia ou outra comunidade de Fé, mas principalmente ao bem comum de toda a Igreja Diocesana e mesmo da Igreja Universal".

Decreto (...)

Rev.do pe. Gilberto Joaquim Roque Antunes: pároco das Paróquias de Alverca da Beira, Bouça Cova, Ervas Tenras, Pála e Póvoa d'El Rei.(...)

Guarda, 1 de Agosto de 2008

+ D. Manuel Rocha Felício, Bispo da Guarda.

Assim, parece que é preciso fazer as malas!!! Coragem... Foi bom. É com emoção... que te vemos partir... Depois de dois memoráveis anos, o Pe. Gilberto deixa a Comunidade Sacerdotal de Celorico da Beira para ir viver para Trancoso.
Não te esqueças que Deus está ao teu lado e nós também...
Não te esqueças que desígnios de Deus são insondáveis...
Não te esqueças que a amizade é capaz de ultrapassar montanhas e colinas...

Que Deus te ajude nas novas tarefas que vais assumir.

BOA SORTE!!!

11/08/2008

Peregrinação da Diocese da Guarda a Fátima (20 e 21 de Agosto)

“Viver em Cristo - a Moral Evangélica” é o tema da peregrinação da Diocese da Guarda a Fátima, que terá lugar a 20 e 21 de Agosto.
“Vamos iniciar o novo ano pastoral 2008-09, peregrinando até ao Santuário de Fátima, nos próximos dias 20 e 21 de Agosto. Já faz parte do nosso calendário diocesano e da agenda pessoal de cada um de nós reservar, na penúltima semana de Agosto, as suas quarta e a quinta-feiras para a peregrinação da Diocese da Guarda a Fátima. Não fazemos a recomendação formal para que esta seja uma peregrinação a pão e água, como em anos anteriores já aconteceu. Mas convidamos para que seja uma verdadeira peregrinação, com espaços fortes de silêncio e de oração pessoal, tanto durante a permanência no Santuário como durante a viagem de ida e de regresso. Queremos que seja também um tempo de reconciliação, aproveitando a oferta da celebração penitencial com confissão individual que está no programa; um tempo de adoração eucarística na vigília que também está prevista; uma ocasião para, sobretudo na Eucaristia Solene, oferecermos, por Maria a Jesus, o nosso propósito de vivermos e ajudarmos a viver com entusiasmo o novo ano pastoral.

Queremos pedir a Nossa Senhora que ajude toda a nossa Diocese, no conjunto das suas mais de 360 paróquias, 15 arciprestados e 4 zonas pastorais, a ser, ao longo de todo este novo ano, uma verdadeira Escola de Fé. Escola de Fé onde o Mestre é Cristo e todos nós somos os alunos; onde os catequistas, motivados, formados e acompanhados por nós sacerdotes, são os directos colaboradores deste único Mestre que é Cristo; uma Escola de Fé onde o programa é sempre o Evangelho, mas traduzido para o mundo actual através do Catecismo da Igreja Católica. E, ao longo deste ano, queremos que esse programa seja principalmente a terceira parte do Catecismo da Igreja Católica sobre a Moral Cristã; uma Escola de Fé onde, por isso, o compêndio é o próprio Catecismo da Igreja Católica, completado pelo seu resumo oficial e pelo texto que estamos a preparar para enviar para as paróquias e colocar nas mãos dos fiéis.

A experiência diz-nos que não vai ser fácil, ao longo deste ano pastoral, progredir pelo caminho que há-de fazer da nossa Diocese e das suas diferentes comunidades verdadeiras escolas de Fé. Mas sentimos que essa é a chamada que o Senhor nos faz; e da capacidade que hoje tivermos para descobrir catequistas, motivá-los, formá-los e também motivarmos os fiéis de prática dominical regular para serem verdadeiros discípulos missionários depende o futuro da nossa Diocese e das suas diferentes comunidades de Fé.

Vamos pedir a Nossa Senhora de Fátima que abençoe todos os nossos agentes pastorais, a começar por nós sacerdotes, mas também as diferentes comunidades religiosas que temos espalhadas pela Diocese e outras comunidades e leigos de vida especialmente consagrada no meio do mundo que também temos, os catequistas que já temos e outros que possamos vir a descobrir e a formar ao longo do ano para lançarmos mãos à obra, confiados em que o Senhor, único Bom Pastor, vai à nossa frente, a convidar-nos para percorrer com renovada esperança os caminhos da nova evangelização”.

03/08/2008

Para quem perdeu o Festival Jota...


Conhecem a alguém. A Susana e a Teresa Ferreira, duas jovens de Celorico da Beira Cadoiço - Mesquitela).

Conheça outro tipo de música. A música cristã, a música positiva, a musica que transmite valores...

29/07/2008

"Nada mais peço ou sonho a não ser que Deus semeie no meu coração as aspirações do Espírito Santo" - Pe. Gilberto

"Não há Deus, além de Vós..." refere o autor do Livro da Sabedoria com uma certeza clara, convicta e evidente acerca da existência do Deus único e verdadeiro. Contudo, o que também parece seduzir o autor sagrado é a forma como Deus cuida do Homem e de todas as coisas que constituem o mundo.
Acha maravilhosa e admirável o modo como Ele trata, lida e se relaciona connosco. De facto, quando Deus criou o mundo preocupou-se ao "milímetro" para que na organização do universo nada falhe e dê tudo certo. Ele (Deus) é o PAI atento que tem um amor imenso e inesgotável (como um poço sem fundo) que exprime, segundo a 1ª leitura, pelo princípio da Justiça, da indulgência, da bondade, da esperança feliz, do perdão e não usa a sua força para se vingar ou oprimir o Homem.
No entanto, este carinho e ternura de Deus não é um amor somente cheio de boas intenções ou por obrigação: Deus ama porque quer e de livre vontade - é um amor que lhe sai do coração. Deus não ama para dar "nas vistas", nem tem necessidade de apregoar nas praças públicas o bem que faz ao Homem. O seu amor traduz-se em gestos concretos e proveitos para connosco, e o maior de todos foi entregar o Seu próprio Filho para nos salvar.

Todo o Homem, à semelhança de Deus, é chamado a ter essa relação de amor, cuidado, indulgência e preocupação pelo seu próximo. Mas, vemos como o Homem ama de uma forma diferente de Deus: umas vezes por interesse, conveniência e circunstâncias; outras vezes, é um amor por obrigação, ou rancoroso porque perdoamos mas ficamos sempre com ressentimentos.
Este modo de amar não é o de Jesus: é um amor que se pode caracterizar como passageiro e que presta culto ao egoísmo. Jesus não sabe amar assim porque ama sem limites, sem condições e dá a Sua vida por nós até à última gota de sangue. Amemos sem fazermos como os fariseus que faziam o bem para serem louvados pelas pessoas!


É amando com os sentimentos de Cristo que o Arciprestado de Celorico da Beira tem expressado o seu amor pelos sacerdotes que aqui se têm formado. Não é necessário enumerar acções concretas para comprovar o vosso amor ao sacerdócio, pois no meu caso pessoal senti na 1ª pessoa ao longo destes dois anos o vosso imenso carinho, ternura, afeição e acolhimento. Manifestastes um Amor sem fingimento, porque brotou do íntimo do vosso coração. Esse é o amor mais proveitoso porque é fruto do crescimento, da aprendizagem e da caminhada que fiz convosco e que me abriu horizontes para a vida. Hoje faço aqui uma prece de louvor ao Senhor por poder caminhar convosco desde o dia 21 de Setembro de 2006 e presto-vos a minha sincera homenagem e gratidão!


No Evangelho, Jesus confronta-nos com mais uma das suas sábias parábolas: o trigo e o joio. Determinado homem semeia semente boa no seu campo, no entanto de noite e por traição um inimigo semeia joio no meio do trigo.
O joio é uma erva daninha e bravia que nada interessa nas culturas. É, por isso, sinónimo da falta de amor a Deus e aos irmãos e da consequente presença do mal no mundo. A prova da existência do mal e do maligno é personificada nos ódios, guerras, invejas, egoísmo, soberba... Infelizmente podemos dizer que também existe joio dentro da Igreja quando esta não é fiel a Jesus Cristo e se deixa levar por jogos, interesses e uma fé rudimentar que nada tem a ver com o Evangelho.
A missão de todo o cristão, sobretudo do sacerdote, é arrancar o joio que sufoca a humanidade. No entanto, esta missão contra o mal não se pode fazer de qualquer forma: tem de ter ponderação, não pode resultar de uma acção irreflectida - "deixai-os crescer ambos até à ceifa".
Mais importante que condenar e humilhar as pessoas é procurá-las e consciencializá-las de que todos nós somos pecadores. Depois é fazer como Jesus: exortá-las ao arrependimento e pelo Sacramento da Reconciliação fazê-las sentir o perdão generoso de Deus e como é bom estar em comunhão com Ele.

Termino esta reflexão com questões que se colocam no início de uma nova missão: que pedir para a minha vida sacerdotal? Que projectos futuros? Nada mais peço ou sonho a não ser que Deus semeie no meu coração as "aspirações do Espírito Santo".
Só Ele me poderá ajudar a levantar das minhas fraquezas, a dar força para concretizar a missão pois o Espírito é o guia e a alma da Igreja.
Com o Espírito Santo sei que posso ser um fiel administrador das suas graças e ter uma acção serena, mas profunda e que tenha somente a marca de Deus.
Com o Espírito Santo quero ser um profeta que não só fala com Deus, mas também o ouve e escuta: "Quem tem ouvidos, oiça". Assim, saberei discernir o que sacerdote Deus quer que eu seja e por toda a minha existência me leve a proclamar como S. Paulo: "Para mim, viver é Cristo"!

26/07/2008

O papel dos avós hoje

O papel dos avós na família vai muito além dos mimos dados aos netos, e muitas vezes eles são o suporte afectivo e financeiro de pais e filhos. Por isso, se diz que os avós são pais duas vezes.

As avós são também as chamada "segundas mães", e os avôs, os "segundos pais", e muitas vezes estão ao lado e até à frente na educação dos seus netos, com a sua sabedoria, experiência e com a certeza de um sentimento maravilhoso de estarem a viver os frutos de seu fruto, ou seja, a continuidade das gerações.

Celebrar o Dia dos Avós significa celebrar a experiência de vida, reconhecer o valor da sabedoria adquirida, não apenas nos livros, nem nas escolas, mas no convívio com as pessoas e com a própria natureza.

17/07/2008

Manuel Fernandes: um estudante de Celorico da Beira que chegou a Santo

Inácio de Azevedo era natural do Porto, Portugal, nascido por volta de 1526, de família importante e influente. Aos 22 anos entrou para a ordem dos Jesuítas. Foi vice-provincial de Portugal e reitor do Colégio de Braga.

A grande paixão de Inácio eram as missões! Pela seu caráter empreendedor, activo e enérgico, São Francisco de Borja, o superior de toda a Ordem, nomeou-o Visitador do Brasil. Chegou à Bahia em 24 de agosto de 1566, juntamente com outros jesuítas. A incumbência revestiu-se de grande dinamismo e oportunas medidas de governo. Partiu para Portugal em 24 de agosto de 1568, para conseguir reforços para o Brasil. Reuniu uma expedição de 73 religiosos, e zarparam nas três naus da frota do Governador do Brasil.
A nau em que viajavam Inácio e um dos grupos foram atacados por protestantes calvinistas que quiseram poupar os sobreviventes da luta mas gritaram contra os jesuítas: “Mata, mata, porque vão semear doutrina falsa no Brasil”. Inácio foi ao encontro deles, com uma imagem de Nossa Senhora nas mãos, dizendo a alta voz: “Todos sejam minhas testemunhas como morro pela Fé católica e pela Santa Igreja Romana”. Já ferido mortalmente, dizia aos seus companheiros: “Não choreis, filhos. Não chegaremos ao Brasil, mas fundaremos, hoje, um colégio no céu”.
Beato Manuel Fernandes, irmão e estudante.
Nascido em Celorico, Portugal. Deitado vivo ao mar
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14/07/2008

São Paulo, o Apóstolo dos gentios


Apóstolo nascido em Tarso, cidade principal da Cilícia, conhecido como o grande apóstolo dos gentios. Descendia de uma família hebreus da tribo de Benjamin, que tinham obtido a cidadania romana, de grandes posses e prestígio político. Os seus pais, sendo como eram, fiéis à lei mosaica, mandaram-no logo para Jerusalém para ser educado lá.

Fariseu fervoroso, recebeu na circuncisão o nome de Saulo e teve como preceptor um dos mais sábios e notáveis rabinos daquele tempo, o grande Gamaliel, neto do ainda mais famoso Hilel, de quem recebeu as lições sobre os ensinos do Antigo Testamento. Foi este Gamaliel, cujo discurso está nos Atos dos Apóstolos 5. 34-39, que aconselhou o Sinédrio a não atentar contra a vida dos apóstolos.

Ele possuía alguma coisa estranha ao espírito farisaico, a qual se avizinhava da cultura grega. No seu discurso demonstrava um espírito tolerante e conciliador, característico da seita dos fariseus. Celebrizou-se pelos seus vastos conhecimentos rabínicos. Aprendeu o ofício de fazedor de tendas, as quais usava nas viagens. Recebeu uma educação subordinada às tradições e às doutrinas da fé hebraica e, embora fosse filho de um fariseu, At 23, tornou-se um cidadão romano.

Pelos suas palavras, na epístola aos filipenses 3. 4-7, aparentemente ocupava uma posição de grande influência que lhe dava margem para conseguir lucros e grandes honras. Tornou-se membro do concílio, At 26. 10, e logo depois recebeu uma comissão do sumo sacerdote para perseguir os cristãos, 9. 1, 2; 22. 5. Apareceu no cenário da história cristã, como presidente da execução do diácono Estêvão (1)o protomártir do Cristianismo, a cujos pés as testemunhas depuseram as suas vestes At 7. 58.

Na Bíblia aparece então no 7º capítulo do livro Atos dos Apóstolos, a guardar as vestes do diácono, que foi apedrejado, concordando, portanto, com a condenação. Depois disso, iniciou uma forte perseguição aos cristãos. Na sua posição odiava a nova seita, não só desprezando o crucificado Messias, como considerava os seus discípulos um elemento perigoso, tanto para a religião como para o Estado.

Este seu ódio mortal contra os discípulos de Jesus durou até ao momento da sua conversão, que aparece no 9º capítulo. Foi no caminho de Damasco que se deu a sua repentina conversão (30). Ele e seus companheiros viajavam pelos desertos da Galiléia e quando, ao meio-dia, o sol ardente estava no seu zênite, At 26. 13, repentinamente uma luz vinda do céu, mais brilhante que a luz do sol caiu sobre eles, derrubando-os. Todos se ergueram, mas ele continuou prostrado por terra. Ouviu-se então uma voz que dizia em língua hebraica: "Saulo, Saulo, porque me persegues? (2)". Respondeu ele então: "Quem és tu Senhor?" E veio a resposta: "Eu sou Jesus a quem tu persegues. Levanta-te e vai à cidade e aí se te dirá o que te convém fazer". Os companheiros que o seguiam ouviam a voz sem nada ver, nem entender. Ofuscado pelo intenso clarão da luz, foi conduzido pela mão dos companheiros. Entrou em Damasco e hospedou-se na casa de Judas, onde permaneceu três dias sem ver, sem comer e nem beber, orando e meditando sobre a revelação divina. Guiado pelo Senhor, o judeu convertido Ananias, foi visitá-lo e ao encontrar-se com o grande perseguidor, recebeu a confissão da sua nova fé. Certo de sua conversão Ananias impôs-lhe as mãos, fê-lo recobrar a visão e baptizou-o. Baptizado, foi para o deserto da Arábia, onde orou e fez penitência por três anos.

A partir de então, com a juventude e a energia que o caracterizava, e para grande espanto dos judeus, começou a pregar nas sinagogas que Jesus era o Cristo, Filho de Deus vivo, 9 10-22. Regressou à Jerusalém, e apesar da desconfiança dos que não acreditavam na sua repentina conversão e instalou-se em Antióquia, na Síria, de onde fez três grandes viagens missionárias, ao longo de 25 anos. Pregou na Ásia Menor, Grécia e Jerusalém, até ser preso em Cesaréia (61). Levado para Roma, permaneceu dois anos sob custódia militar, gozando de relativa liberdade, suficiente para receber os cristãos e converter os pagãos. Durante esse período escreveu as cartas aos Filipenses, aos Colossenses, aos Efésios e a Filêmon.

Declarado inocente (63) passou pela Espanha, visitou as suas comunidades no Oriente, onde foi preso e novamente levado para Roma (67) sob a acusação de seguir uma religião ilegal. São desse último período as duas cartas a Timóteo e a carta a Tito. Por ordem de Nero desta vez não teve perdão e foi condenado à morte, mas por ser um cidadão romano não deve ter sido crucificado mas, sim, decapitado.

29/06/2008

Celorico acorre em peso à ordenação do Pe. Gilberto Antunes

Hoje, uma grande multidão deslocou-se à Sé Catredal da Guarda para participar na Ordenação do Pe. Gilberto Antunes e ma instituição do acólito Hugo Martins.

Vieram de todos as terras do Arciprestado de Celorico da Beira e todos quiseram cumprimentar o novo sacerdote e dar os parabéns ao acólito.

Foi impressionante... tantos beijos e abraços, tanto carinho e sentidas manifestações de amizade... A sua passagem pelo Arciprestado não passou despercebida!

Porém, parece que mais uma vez era necessário despachar-se porque havia uma missa que tinha que começar às 18.30h!!!

Os cumprimentos prolongaram-se para além da hora, mas nestas ocasiões ninguém pode levar a mal... afinal é para a Diocese uma grande alegria a ordenação de dois padres, um diácono e dois acólitos.

PARABÉNS

22/06/2008

Presbiteros na Igreja - Identidade dos padres

O que é, melhor, quem é o padre? Todos conhecemos certamente padres que, pelo que fazem e pela maneira como o fazem, nos ajudam a compreender o que é um padre. Mas o que está na origem de uma vida assim?

1. As afirmações fundamentais da Igreja

No Concílio Vaticano II, a Igreja define o padre da seguinte maneira: os presbíteros são consagrados á imagem de Cristo para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino (LG 28).
E todo o restante número 28 desta Constituição sobre a Igreja (Lumen Gentium) nos apresenta o padre na sua relação a Cristo à Igreja e, na Igreja - sinal e sacramento de Cristo - aos bispos, ao presbitério (irmãos padres) e ao povo de Deus.
O padre é, portanto, ministro de uma Igreja que é Sacramento de Cristo, Luz dos Povos, e que para se expressar na vida dos homens precisa de ministros que sirvam essa sacramentalidade.
Por isso mesmo, o decreto sobre o Ministério e vida dos sacerdotes (PO) afirmará, a certa altura, que os presbíteros [..] não poderiam ser ministros de Cristo se não fossem testemunhas e dispensadores de uma vida diferente da terrena, e nem poderiam servir os homens se permanecessem alheios à sua vida e às suas situações (PO 3). A sua vida transcorre, de facto, entre a convivência e a diferença.

2. Uma realidade cristã original

Desta forma o presbiterado (ser padre) surge, de facto, como uma realidade cristã original, interior à própria revelação e centrada sobre Cristo. Podemos então resumir algumas características da identidade e missão do padre segundo o pensamento da Igreja no Vaticano II:

2.1.Ser presbítero é realização, em nós, do Senhor Jesus, Cristo.

Ser presbítero é realização. em, nós do Senhor Jesus, Cristo. O seu ministério, se quisermos o seu sacerdócio, é o fundamento contínuo e continuado do nosso ministério e não apenas um primeiro elo de uma cadeia da qual todos faríamos parte:
  • Ser padre é uma realidade que não tem apenas algo a ver com a celebração da Eucaristia, mas que está relacionada com a missão de toda a Igreja;
  • A sua acção não se limita ao poder de consagrar o Corpo de Cristo (Eucaristia) mas alarga-se à acção em nome de Cristo, Cabeça da sua Igreja, seu Corpo eclesial.
  • Os padres recebem a sua autoridade de Cristo, em Igreja, na criação dos grupos de apóstolos que são enviados em nome do mesmo Cristo; o padre participa na missão apostólica de toda a Igreja: ele conduz uma comunidade nascida da acção da Palavra de Deus

    2. 2. Fazer com a nossa vida o que Cristo fez com a sua

Tendo vivido o seu ministério, o seu sacerdócio, não pela imolação de touros e cabritos, mas pela oblação de si mesmo o Ressuscitado dá a todos os cristãos a possibilidade de fazer o mesmo com a sua existência pessoal concreta [(Rom 12, 1-2) (falamos do sacerdócio baptismal)]. Mas é dentro desta possibilidade salvífica que o Ressuscitado dá a todos os cristãos a possibilidade de fazerem com sua vida o que Ele mesmo fez, que surgirá o que chamamos de sacerdócio ministerial (ministério ordenado): na Igreja, alguns, entre muitos, são constituídos para o serviço de’ todos os outros.

Então, longe de se opôr ao sacerdócio dos baptizados, o presbítero permite a vivência dessa dimensão de toda a Igreja. Significa que as suas identidades (a dos baptizados e a dos ministros ordenados ) se reforçam mutuamente com a sua comunhão: a distinção une-as[1]. Estão ordenados um para o outro (LG 10). Então para que todos possam viver a sua dimensão baptismal é necessário que alguns sejam ministros. E a Ordem não significará nunca um degrau mais elevado de santidade em relação ao sacerdócio baptismal, mas apenas um caminho diferente:

  • O ministério do padre não é, portanto, destinado apenas ao culto, mas sim ao apostolado que congrega numa mesma realidade o anúncio da Palavra, a celebração dos sacramentos e a condução pastoral. O verdadeiro sacrifício é o de se oferecer a si mesmo, o de dar a sua vida como oferta espiritual.
  • O ministério do padre (presbítero) é um Dom de Cristo à sua Igreja. A ordem é recebida em Igreja por baptizados chamados na fé para um serviço específico na Igreja e como seu sinal;
  • Os padres são unidos à missão dos bispos que é a mesma missão que eles receberam dos apóstolos;
  • Nesse sentido, porque unidos e enquanto unidos aos bispos, os padres representam o Bispo e a Igreja Universal;

3. Evangelizar, conduzir e santificar

O ministério presbiteral é também o mesmo que Jesus entregou aos Apóstolos com a missão de evangelizar, conduzir e santificar. E isso significa que, na unidade de presbitério em comunhão com o Bispo, sucessor dos Apóstolos, o ministério ordenado se efectiva a maneira do ministério dos apóstolos, ou seja num dinamismo de evangelização e num Dom total de si mesmo. É assim que o sacerdócio não é um emprego, mas é um estado vida caracterizado pela consagração de si ao serviço evangélico dos outros:

  • As tarefas que se impõem aos padre são as mesmas que se impõem aos bispos na continuidade da missão apostólica: pregar e anunciar o Evangelho, guiar o povo de Deus (Igreja) e celebrar o culto na Liturgia como sacerdotes o Novo Testamento, isto é, unidos a Cristo.
  • É, portanto, toda a vida do padre - nas suas relações com as pessoas - que dá glória a Deus

Afirma a Igreja (PO 3) que os presbíteros não poderiam ser ministros de Cristo se não fossem testemunhas e dispensadores duma vida diferente da terrena, e nem poderiam servir os homens se permanecessem alheios à sua vida e às suas situações. O seu próprio ministério exige, por um título especial, que não se conformem a este mundo; mas exige também que vivam neste mundo entre os homens e, como bons pastores, conheçam aqueles que lhes estão confiados, para que também esses oiçam a voz de Cristo.

No seio de todo um Povo sacerdotal, de toda uma Igreja, os padres, somos ungidos de novo – porque o Senhor nos quer – para sermos mediadores do sacerdócio de Jesus Cristo, cabeça da Igreja. Somos diferentes e devemos aceitar que o somos porque o Senhor nos escolheu e nos colocou no mundo como sua presença particular para construção de toda a Igreja que é o seu Corpo[2].

E é aqui – neste ponto – que existe muito quem confunda a proximidade que o sacerdote, enquanto pastor, deve ter para com os homens e mulheres do seu tempo, na disponibilidade e simplicidade de vida, com o anular dessa diferença, igualando-o a todos os outros homens. É por isso que a frase tantas vezes ouvida que diz que o padre é um homem igual a tantos outros é perigosa e terrivelmente enganadora[3].

[1] Cf. André MANARANCHE, Vouloir et former des prêtres (paris: Fayard, 122.’!) 264.

[2] Cf. D.José da Cruz POLICARPO, Subamos para Jerusalém (Lisboa: Paulistas, 1998)93.
[3] Cf. Ibid.