27/02/2011

"Recebei o Espírito Santo"

Foram vários os jovens e alguns adultos que receberam o crisma  no dia 26 de Fevereiro na Igreja de Santa Maria em Celorico da Beira

06/02/2011

“Vós sois a luz do mundo”.

Jesus apresentou as bem-aventuranças como o programa que o homem deve seguir para acolher o reino de Deus, para o ajudar a construir na terra e para o receber como herança no Céu. Aqueles que vivem segundo este projecto são, no dizer do próprio Jesus, “sal da terra” e “luz do mundo”, ou seja, ajudam a dar sabor e sentido à vida dos homens.
Jesus é a verdadeira luz do mundo: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12). Jesus é luz porque, com a sua palavra e a sua vida, revela a verdade sobre Deus, o homem, o mundo e a história. Por sua vez, os seus discípulos, na medida em que acreditam em Jesus e se identificam com Ele, irradiam a sua luz diante dos homens. De facto, através das boas obras, eles reflectem a luz de Cristo - a luz da verdade e do amor de Deus. E, nessa mesma medida, tornam Deus visível aos homens.
“Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus”. Os discípulos não devem, por certo, publicitar o bem que fazem, mas, se o realizam, não deixará de ser notado pelos homens e não deixará de os interpelar. Mas quais são, em concreto, essas boas obras que revelam Deus aos homens e os levam a acreditar nele e a louvá-lo?

A primeira leitura dá-nos a resposta. Através do profetas Isaías, Deus diz-nos que o homem é luz e que a sua luz brilha no mundo, quando reparte o pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva a roupa ao que não tem que vestir e não volta as costas ao seu semelhante; quando tira do meio de si a opressão, os gestos de ameaça e as palavras ofensivas.
Estas obras irradiam a luz de Cristo e são luz para os homens porque mostram o rosto de:
  • um Deus que ama os homens e é misericordioso para com eles;
  • um Deus que se torna próximo de cada homem e se mostra interessado em mudar a sorte do pobre, do doente e do oprimido;
  • um Deus que propõe e promove a liberdade e a fraternidade entre os homens;
  • um Deus que quer precisar dos homens para concretizar os seus planos e alcançar os seus objectivos.

Além disso, revelam que a religião do verdadeiro Deus é uma religião que está ao serviço da pessoa humana. Deus interessa-se pelo bem do homem no seu todo e não apenas nem tanto pela sua dimensão religiosa. O que o verdadeiro Deus mais deseja e espera daqueles que nele acreditam é que amem e respeitem o seu semelhante.

O cristão irradia a luz de Cristo:

  • sempre que diz e defende a verdade, apesar de muitas vezes ser mais cómodo e trazer mais proveito calá-la ou colocar-se do lado da mentira;
  • quando respeita e defende a vida humana em todas as suas etapas, remando contra a forte corrente de uma falsa modernidade;
  • quando vive segundo a moral do Evangelho, apesar do relativismo moral vigente na sociedade;
  • quando, sem medo nem vergonha, professa a sua fé e defende os princípios e os valores que lhe são inerentes, mesmo nas circunstâncias mais difíceis e nas questões mais controversas com que é confrontado.

Vivendo assim, os cristãos fazem a diferença, levam os homens a interrogarem-se e a reflectirem, dão-lhes razões válidas e consistentes para acreditarem em Deus. O testemunho de vida dos cristãos constitui o anúncio mais convincente e eficaz do Evangelho de Jesus. A sua coerência de vida é o caminho mais adequado para levar os homens até Deus, a amá-lo e a glorificá-lo como o Pai que está nos Céus.

Os Actos dos Apóstolos confirmam que o testemunho de vida das comunidades cristãs primitivas (tinham um só coração e uma só alma, entre eles tudo era comum, entre eles não havia ninguém necessitado) fazia aumentar todos os dias o número daqueles que abraçavam a fé (Act 2,46-47;4,32-35). Ainda hoje, num mundo em que a palavra está completamente desacreditada, a vida das comunidades cristãs constitui o principal e mais eficaz meio de evangelização. Se falta este testemunho, todas as acções pastorais estão votadas ao fracasso.